Esqueleto encontrado na Austrália indica que tribos travavam batalhas mortais entre si

Kaakutja (“irmão mais velho” na língua aborígene) foi descoberto e nomeado em 2014 por habitantes locais.

Um corte no crânio de Kaakutja foi causado provavelmente por um bumerangue, durante o combate.
O esqueleto foi descoberto em 2014 por William Bates, membro do povo aborígene local, os Baakantji. Kaakutja tinha uma ferida longa em seu rosto feito com uma arma afiada, algumas de suas costelas estavam quebradas e um círculo de osso tinha sido cortado fora de seu braço. Westaway inicialmente suspeitava que Kaakutja havia morrido nas mãos da Polícia Nativa, forças da milícia organizadas por autoridades britânicas e responsáveis por muitas mortes aborígenes.
As lesões de Kaakutja combinadas com a arte “indicam que provavelmente houve conflito nesta área”, diz Westaway. Outros painéis de arte rupestre também foram interpretados como cenas de conflito, mas alguns especialistas dizem que tais imagens meramente retratam danças ou cerimônias.

Desenhos encontrados perto do local sugere conflitos entre tribos: algumas figuras são de cor branca e outras laranja.
As lesões de Kaakutja sugerem “ferimentos de curta distância – possivelmente combate corpo a corpo”, concorda Jo McDonald, da Universidade de Western Australia, que não estava envolvido no estudo. Os antebraços de Kaakutja não mostram nenhuma tentativa de defesa. Então Westaway e seus colegas especulam que ele foi atacado com um bumerangue feito para chicotear ao redor do escudo. Escudos e bumerangues eram comuns em todo o continente.
A evidência fornecida pelo esqueleto fala da natureza da vida na Austrália pré-contato, diz Colin Pardoe, um arqueólogo australiano, que também não estava envolvido com o estudo.
Toda essa pesquisa questiona o comportamento pacífico dos aborígenes australianos: “Há aqueles que pensam que aqui é o Jardim do Éden e aqueles que dizem que é um lugar hostil”, diz ele. “A evidência é que temos ambos os ambientes no estilo de vida dos antigos aborígenes.”
Kaakutja estava “cuidadosamente enterrado”, diz Westaway, observando que o crânio de Kaakutja descansava sobre uma almofada de areia especial. “Ele era obviamente alguém que muitas pessoas cuidavam”. Desde então, ele foi devolvido à terra em uma cerimônia tradicional, ainda cuidando de mais de 700 anos após a morte.
Fonte: http://news.nationalgeographic.com/2016/09/deadly-boomerang-australia-aboriginal-weapon/