Uma maravilhosa e controversa exposição está aberta até 27 de setembro em Londres.
O Museu Britânico não se envergonha de sua coleção de artefatos, fruto da colonização de vários povos. Apesar de polêmica, ainda mais por ser patrocinada pela BP (a gigantesca máquina de exploração de petróleo) a mostra (gerou até protestos) que tem apoio do Museu Australiano é maravilhosa.
Transcrevemos abaixo a parte do livro que acompanha a exposição e que se refere aos bumerangues.
“O bumerangue, talvez o objeto mais emblemático de toda a tecnologia australiana, foi feito em uma ampla variedade de formas e usadas para diferentes finalidades em todo o continente. O mais famoso é o bumerangue de retorno, o design aerodinâmico que permite que ele, quando habilmente lançado, retorne para a pessoa que o jogou. Mas a maioria dos bumerangues não voltam, e não se destinam a voltar. Eles são armas mortais e eficazes para caça e combate e, quando usados, causam danos a qualquer pessoa, pássaro ou animal. Bumerangues, como escudos, também foram pintados, canelados ou gravados de acordo com as diferentes tradições.

O bumerangue de retorno tradicional
No sudeste da Austrália, os aborígenes usavam bumerangues de retorno para caçar pássaros. Eles jogavam o bumerangue em um bando de pássaros para imitar um falcão, e assustavam os pássaros que caíam em redes esticadas através dos rios ou lagoas (billabongs). Bumerangues de retorno também foram utilizados em jogos de habilidade.

Os aborígines já utilizavam os bumerangues de 4 asas.
Grupos aborígenes como os Yidinji, que viviam nas florestas tropicais ao redor de Cairns, foram os únicos a fazerem bumerangues cruzados, alguns decorados com desenhos do clã. Eles os usavam em cerimônias, para caçar morcegos (raposas voadoras) e em competições. Este pequeno bumerangue decorado com pigmento vermelho e preto pode ter sido feito por um homem e dado para seu filho praticar.

Bumerangue em forma de gancho (sem retorno), também conhecido como Kylie.
Aborígenes da tribo Warumungu jogavam bumerangues em forma de gancho (kylie) em bandos de papagaios e patos ao levantarem vôo. Estes eram feitos de Acácia, mais precisamente do pedaço entre a raiz e tronco, para lhes dar resistência. Esses tipos de bumerangue foram extensivamente barganhados do norte e centro da Austrália para outras regiões.”

Livro que acompanha a exposição
Saiba mais no livro que acompanha a exposição.
Fonte: British Museum
Discover the remarkable technology behind the iconic yet deadly boomerang
In the southeast of Australia, Aboriginal people used returning boomerangs to hunt birds. They threw the boomerang above a flock of birds to mimic a hawk, startling the birds into nets stretched across nearby rivers or billabongs (ponds). Returning boomerangs were also used in friendly games of skill.
Aboriginal groups, such as the Yidinji, living in the wet tropical rainforests around Cairns were the only people to make cross boomerangs, some decorated with clan designs. They used them in ceremonies, to hunt flying foxes, and in competitions. This small boomerang decorated with red and black pigment might have been made by a man for his son to practise with.
Warumungu men threw hooked boomerangs into flocks of parrots and ducks as they took off from waterholes. They fashioned them from the base of acacia trees, where the trunk meets the root, to give them strength. Hooked boomerangs were traded extensively from north central Australia to other regions.
You can see these boomerangs in the BP exhibition Indigenous Australia: enduring civilisation (23 April – 2 August 2015).
Find out more in the book accompanying the exhibition written by Gaye Sculthorpe and Lissant Bolton, British Museum, John Carty, Howard Morphy and Maria Nugent, Australian National University, Ian Coates, National Museum of Australia, and Aboriginal artist Jonathan Jones.