É claro que não precisa dizer que não tínhamos a mínima noção do que era “borda de ataque” ou “borda de fuga”, nem como deveria ser o arremesso. Arremessávamos bem “de lado” quase na horizontal. Ele voltava que nem um doido e nem tentávamos pegar. Mas a alegria de vê-lo voltando já era suficiente.
Depois, fiz mais alguns até os 15 anos. Então não fiz mais.
Já na casa dos 20 anos, quando fazia pranchas de surf, vi um amigo (que trabalhava comigo na fábrica de pranchas) fazendo bumerangues de 02 asas para vender. Estes tinham o shape bem definido e eram muito bonitos (esse meu amigo era um dos maiores experts em pintura em prancha de surf). Achei interessante e acabei fazendo um gigante (uns 60 cm de ponta a ponta) em fibra de vidro. Ficou super pesado, mas voava! Então, uns 02 anos depois, o meu patrão na época (dono da fábrica de pranchas) viajou à Austrália e me trouxe um “Bananarang”, um bumerangue de duas asas, de material plástico injetado e o mais legal é que era oco e numa das pontas havia uma entrada (uma cavidade) para que ao voar esta cavidade assoviava como um apito! Na verdade esse bumerangue que ele trouxe foi um “acidente de percurso”, já que eu havia dado dinheiro para ele trazer um skate para mim, já que no Brasil o esporte ainda estava bem no começo. Como ele foi roubado, precisou usar este dinheiro que eu dei à ele e para não chegar de mãos abanando (e como forma de pedir desculpas) me trouxe este bumerangue. Como era praticante de skate, eu levava este “Bananarang” para o nosso Half-pipe e ficava jogando por trás da pista e fazendo ele voltar pelo meio. A moçada ficava puta, pois queria “dropar” e eu ficava “pentelhando”! hehehehehehehehehe. Nessa época tinha em torno de 22 anos (1986).
Ah, esse bumerangue quebrou e acabei jogando fora, pois não sabia como colar.
Passada esta época, não tive mais contato com o bumerangue e então, em 2000, quandoe estva em férias em Garopaba, SC, fui a uma feira de arte e artesanato e vi alguns tradicionais pendurados na parede. Reavivou toda a lembrança dos anos anteriores!
Comprei um deles e comecei novamente com os arremessos.
Então, como tinha minha oficina montada (sempre tive lixadeira, serra tico-tico, furadeira, compressor e pistola) pensei que poderia fazer meus bumerangues de novo! Comecei procurando o mesmo material daquele bumerangue, que era o mais completo mistério: parecia madeira, mas também parecia que não era! Fui à luta e contatando um marceneiro, este me disse que era uma nova “madeira” para fabricação de móveis: MDF! Nesta época o MDF era muito caro, mas mesmo assim comprei uma chapa de 4 mm (acho que hoje nem exista mais nesta espessura) e fiz muitos bumerangues. Muitos deles ainda existem! (acho que o MDF desta época era mais forte). Os desenhos achei nos sites brasileiros disponíveis da época, que eram do Ricardo Bruni Marx e do Carlos Martini Filho e alguns de outros países. Como eu não tinha noção dos tamanhos, fazia uns bumerangues grandões! Com o tempo fui criando meus próprios modelos e comecei a usar um material o qual tinha bastante experiência: a fibra de vidro. E foi com um bumerangue fabricado com este material, que tive meu nome projetado no mundo do bumerangue, quando estive num Bumerango (evento idealizado por Ricardo Bruni Marx e que reunia mais de 30 amantes do esporte a cada mês!) e o pessoal viu e gostou. O Ricardo, através da Bume.com firmou uma parceria comigo onde fabriquei e vendi pelo site dele, muitos deste bumerangues. Aliás, muitos bumerangues que fabriquei em fibra de vidro foram adquiridos em outros países, quando o Ricardo os levou para lá. Devo agradecer à ele pela força que me deu no início (e até hoje!).
Bom, nunca parei de procurar novos desenhos e novos materiais e ultimamente estou aprendendo a fazer MTAs em fibra de carbono. Espero chegar lá!
Este foi o primeiro campeonato no Brasil onde foram usadas as regras oficiais. Teve como grande Campeão o Tales “Maomba” Oliveira.
Campeonato Panamericano de Bumerangue – Itú/SP
– Vice campeão Geral por equipe
(Skywalkers Boomerang Team: Ricardo Bruni Marx, Sandro Freitas, Cesar “Cesinha” e Jerri Leu)
– Campeão por equipe na modalidade Fast Catch
Campeonato Brasileiro de LD – Longa Distância 2006 – Cotia/SP
– Campeão com 107 metros
– Membro do 100 Meters Club – Clube dos bumeranguistas que arremessam acima dos 100 metros (http://www.baggressive.com/)
(há cinco brasileiros neste Clube: Ricardo Bruni Marx, Jerri Leu, Sandro Carlos Freitas, André Caixeta Ribeiro e Eduardo Místico)
2º Campeonato Brasileiro de Bumerangue 2006 – Cotia/SP
– Campeão na Modalidade Precisão
– Campeão na Modalidade Fast Catch – Quebra de Recorde
– Vice-campeão na Modalidade Trick Catch
– Campeão Geral (Overall)
1º Campeonato Brasileiro de Bumerangue Indoor 2007 – São Paulo/SP
– Campeão na Modalidade MTA
– 3º colocado em dupla (Felipe dos Anjos e Jerri Leu)
3º Campeonato Brasileiro de Bumerangue 2007 – Franca/SP
– Campeão na Modalidade MTA – Quebra de Recorde
– 3º Colocado na modalidade Fast Catch
– 4º Colocado na classificação Geral.
WBC 2008 – Campeonato Mundial de Bumerangue 2008 – Seattle – WA/USA
– 14º Colocado por equipe
(The Others Boomerang Team: Ollie Snook, Roberto Cereser, Ricardo Bruni Marx e Jerri Leu)
4º Campeonato Brasileiro de Bumerangue 2008 – Balneário Camboriú – SC
– Diretor do evento
– 2º Colocado na modalidade Trick Catch – Quebra de Recorde
– 11º Colocado na classificação Geral.
Recordes
– Recordista Brasileiro de Fast Catch – 23.53 seg (2006)
– Atual recordista Brasileiro na modalidade MTA – 135.50 seg (2007)
– Recordista na modalidade Trick Catch (2008)
– Atual recordista Brasileiro na modalidade MTA Indoor – 40,47 seg (2009)
Quando abriu a loja Sempre Volta ?
Como havia boa aceitação de meus bumerangues, disponibilizei uma página para demonstração dos bumerangues que fabricava e vendia.
Há dias em que você acerta tudo em MTA e nada em Fast, por exemplo, e, então, MTA neste dia foi a modalidade preferida. Todas são muito legais.
Aliás, uma nova modalidade, o Kylie Golf, é muito interessante e legal e praticar.
De vez em quando acho um bumerangue que nem lembrava mais dele! hehehehehehehehe
No quesito competitividade, posso afirmar que minha base é um atleta que está “adormecido”, o Sandro Carlos Freitas, que me ensinou que em competição ou você joga para ganhar ou joga para ganhar!
Se quer brincadeira, apenas brinque! Aliás, muitos bons atletas que hoje se destacam no cenário nacional, buscaram inspiração neste atleta e muita coisa que sabem, aprenderam com ele!
Ainda, o Sandro foi o idealizador das regras para o 1º Campeonato Indoor no Brasil (quando era Diretor da ABB), pois só havia um campeonato similar na França, há certas diferenças, como a medida das raias, por exemplo.
Também foi o criador do TrocaBoom, assim como o site Troca Boom.
Fez ainda vários vídeos mostrando as técnicas de arremesso. Estes vídeos podem ser vistos no Youtube, procurem por “dibosan bumerangue”.
Outra pessoa que fiquei fã incondicional, foi agora na viagem aos EUA: Gary Michael Broadbent!
Tudo na vida dele é bumerangue. Só para se ter uma idéia: lá no Campeonato americano, o Nationals 2011, foi disponibilizado um espaço no ginásio que ficava anexo ao campo da competição, para que o pessoal pudesse se alojar lá. Mas a grande maioria preferiu ficar na casa dele, ocupando a sala, a cozinha (dormindo debaixo da mesa!), nos quartos (atulhados de gente!), nas barracas pelo gramado, nos carros, enfim, quase trinta pessoas numa casa com um só banheiro!
Todos queriam ficar perto dele.
A maior lição que ele nos passa é que mesmo sendo uma grande persona no esporte mundial, ele é humilde! Nunca diz que é o tal e se coloca à mesma altura dos outros. Nunca diz que é o dono do esporte, nem se acha o Deus!
Uma lição de humildade que precisamos aqui no Brasil!
Muito legal essa entrevista com o Jerri, valeu Cirineu…